O alarme disparou!

Escrevi isso ontem a noite em uma folha de caderno, estou passando pra cá porque acho que não tenho nada a perder.



Estou escrevendo isso, em plena madrugada, com o intuito de me livrar de algo que, sorrateiramente, se instalou em mim. Sei que de quase nada vai adiantar, porém quando não se tem aquele amigo por perto pra desabafar, peque uma caneta e um papel e rabisque, coloque tudo pra fora e depois leia, como se aquelas palavras não fossem suas, e reflita sobre isso. É uma terapia que talvez não seja suficiente ou não lhe traga bons resultados, mas diminui o risco de que você venha a ter uma úlcera no futuro. Pois bem, o que eu quero me livrar hoje é dessa esperança tola que eu insisto em depositar em cada pessoa que esbarra em mim nas curvas do destino. É como se eu não aprendesse nunca, entende? É como não se preocupar em bater o carro só porque ele está no seguro (quero saber se no final das contas isso não acaba saindo do seu bolso). A verdade é que eu dirijo muito mal, muito mal mesmo. Ignoro as placas de trânsito que dizem PARE (quantas e quantas vezes eu não fui alertada antes de me meter numa roubada), as placas que dizem que é proibido estacionar (quantas e quantas vezes escolhi desobedecer algumas regras achando que no final ninguém iria descobrir e eu não seria devidamente multada), as que pedem para reduzir a velocidade (quantas e quantas vezes eu me vi pulando algumas partes e indo direto ao ponto e depois acabando por quebrar a cara, tamanho o acidente que eu acabei proporcionando) e, até mesmo, as placas que dizem SIGA EM FRENTE (eu acabo desprezando esse tipo conselho quando as coisas estão fáceis demais). E isso me deixa mal. Muito mal.

Sou nova, eu sei. Teho muito o que viver, muito o que aprender, porém sou impaciente, inconstante. Não quero esperar pelo dia de amanhã, quero fazer o que tenho pra fazer hoje, dizer o que tenho pra dizer e escutar o que eu quero escutar agora! No entando a situação é a seguinte...



1º) Ele não está lá pra você. Aliás, ele nem existia pra você até então. (Você estava bem, é bom deixar isso bem claro!)

2º)Ele aparece. Por quê? Nunca se sabe o motivo ao certo. Mas pode ter certeza de uma coisa, quando 'ele' aparece do nada, principalmente quando você desconsidera a sua existência, algo está errado. MUITO errado.

3º)Você o recebe, como uma boa anfitriã faria, e fica surpresa em saber o quão ótimo ele está (ele sempre estará ótimo, por mais que isso seja uma mentira) e o quão ótima ele pode te deixar. Você fica feliz por ele querer compartilhar o que quer que seja com você. Em poucos dias a instalação do vírus está feita!

4º)Nos primeiros dias ele te deixa a vontade. Faz com que você se sinta bem com ele e te lembra como nada mudou e como 'vocês' são os mesmos.

5º)Você (como a tola que é e talvez sempre será) acha que tudo isso vai durar, até que o parasita vai te deixando fraca/boba/ainda mais tola/idiota. Você acorda para ele e dorme pensando nele. Enquanto isso, ele, sábio e perspicaz, nota que já pode deixar de lado as técnicas usadas nos primeiros dias. A fera está dominada/O jogo está ganho/ XEQUE-MATE(o rei está morto)!

6º)Ele deixa você fazer um gol e depois vira o jogo de goleada. Deixa você lá, engolindo poeira, mas no final da partida te cumprimenta com um aperto de mão e um sorriso, selando, assim, a Paz. Tudo fica bem e você acaba admirando o time que derrotou o seu.

7º)Você espera por ele, liga pra ele, se importa com ele. Escuta o que ele tem a dizer (mesmo que você não tenha nenhum interesse naquilo), pensa antes de falar e fala o que ele quer ouvir, novamente espera, espera e espera... E enquanto isso, seu amor-próprio foge pela porta dos fundos.

8º) O alarme de segurança dispara te alertando que seu amor-próprio se vai e você não consigue reagir pelo simples fato de que acha que vai ser melhor assim, pelo menos ele não irá mais te atrapalhar em nada.

9º)Você agora só pensa nele, só fala dele, só quer ele. Tudo em que ele não está envolvido perde a graça. Ele acaba sentindo o cheiro do seu desespero e se afastando, te deixando meio de lado.

10º) Você fica cansada, mas não perde as esperanças. O telefone finalmente toca. É uma mensagem. Será que é ele? Você vai olhar, juntando pra isso as únicas forças que lhe sobraram. Não, não é ele. É seu amor-próprio. Ele quer saber que horas pode voltar pra casa, está frio lá fora.



Cuidado! Ao escutar o som do alarme soar não deixe o seu único álibi fugir. Você não imagina o quanto precisará dele nos próximos capítulos dessa luta contra o vírus da paixão.



Então largue de ser tola! Como minha mãe já bem dizia: " Não trate como prioridade alguém que te trata como opção!".

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